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BRASÍLIA - O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), reafirmou nesta sexta-feira que o partido irá apoiar Júlio Delgado (PSB-MG) à Presidência da Câmara, apesar de pressões internas de deputados tucanos que defendem uma aliança com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em troca de mais espaço na Mesa Diretora.
Em evento da bancada da Câmara no hotel Royal Tulip, Aécio enquadrou os deputados sob o argumento de que cargos seriam "irrelevantes" diante da necessidade de manter coerência política e que o PSDB não poderia se deixar "cooptar por cargos e espaço".
— Minha posição pessoal é muito clara e venho trazê-la hoje como presidente do partido. No momento em que existem duas candidaturas da base governista e uma que se coloca como independente e surge da iniciativa de um partido que esteve conosco no segundo turno da eleição presidencial, o caminho natural do PSDB é fortalecer a candidatura do deputado Júlio Delgado. É a candidatura que apresenta as melhores condições de garantir a independência fundamental que a Câmara não teve nos últimos anos — disse.
— Não acho que cargos seja o mais relevante. Falo de política, mais do que de contabilidade. Nossa coerência fica em primeiro lugar — pontuou Aécio.
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O senador disse acreditar que após seu "apelo" aos tucanos o número de traições na votação secreta que irá eleger o novo presidente da Câmara será minimizado.
— Defecções sempre acontecem, mas espero que as nossas sejam menores do que as dos outros partidos — afirmou.
DISPUTA NO SENADO
No Senado, Aécio defendeu a candidatura de Luiz Henrique (PMDB-SC). O tucano irá participar de um ato no início da tarde para oficializar o apoio dos senadores ao peemedebista, que irá disputar a presidência contra Renan Calheiros (PMDB-AL).
— A candidatura de Luiz Henrique atende essa aspiração de não termos um Legislativo acuado, submetido às vontades e orientação do Palácio do Planalto, como assistimos durante todo esse período — disse.
No início do evento, fechado para imprensa, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), reafirmou que a melhor opção para o partido seria permanecer ao lado de Júlio Delgado por uma questão de coerência com o que já foi dito pelo partido e pelo fato do deputado representar um projeto de mudança, mais próximo da oposição. Mas houve ponderações por parte de deputados favoráveis a uma aliança com Eduardo Cunha, de que o PSDB ficaria sem espaço na Câmara caso insistisse na candidatura de Júlio.
O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), que se licenciou da Secretaria de Transportes do governo de São Paulo para vir a Brasília votar no domingo, defende que o partido permaneça com Júlio. Nas bancadas de São Paulo e Goiás está a maior concentração de deputados que pregam o voto em Cunha.
— É importante manter a sintonia com a sociedade que nos deu a tarefa de ser uma oposição consistente e coerente. O governo sempre vai ser capaz de montar maiorias e não é uma posição com mais ou menos visibilidade na Mesa que vai nos garantir o instrumento que já temos, que é a nossa voz — afirmou Duarte, que acredita que as maiores pressões para a composição com Cunha vêm dos novos parlamentares.
Antes do início do evento, Imbassahy reafirmou que o partido está fechado com Júlio Delgado, e negou que a posição esteja em discussão. O líder defendeu ainda a instalação de quatro CPIs já na volta do Congresso para investigar a Petrobras, os fundos de pensão, os bancos oficiais e o setor elétrico.
— A presidente foi a principal gestora do setor elétrico nesses últimos 12 anos — justificou.
O líder do partido no Senado, Aloysio Nunes (SP), também defendeu que o PSDB na Câmara apoie Júlio Delgado. No Senado, Aloysio disse que a legenda estará ao lado de Luiz Henrique para concorrer contra a reeleição de Renan.
— Temos um compromisso com Júlio Delgado. No Senado, vamos apoiar Luiz Henrique. Precisamos ter uma presidência da Câmara e do Senado com respeitabilidade, com apoio político e social. Vai ser um ano de grande confusão política, econômica e social — disse Aloysio.
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