Nadador tem dia histórico em Doha e ganha três títulos mundiais: Revezamento 4x50m medley masculino, 100m peito e revezamento 4x50m medley misto
Haja fôlego! Felipe França provou que está no auge de sua carreira nesta quinta-feira, no segundo dia do Mundial de piscina curta de Doha, no Catar. Depois de conquistar dois ouros em menos de uma hora, no revezamento 4x50m medley e nos 100m peito, o nadador voltou para a piscina e encerrou o dia dourado com mais um título. Ao lado de Etiene Medeiros, Nicholas Santos e Larissa Martins, ele terminou em primeiro lugar na final do 4x50m medley misto (1m37s26). A Grã-Bretanha ficou com a prata (1m37s46), e a Itália, com o bronze (1m37s90). Após o longo dia, Felipe explicou suas três conquistas em Doha:
- A primeira foi uma glória, nadar com pessoas espetaculares como Cielo, Guido e Nicholas é muito bom. A segunda, os 100m peito, foi a perfeição. Tudo deu certo. No fim do dia, o 4x50m medley misto foi uma surpresa. A gente esperava uma medalha, mas não o ouro - resumiu.
Etiene, Felipe, Nicholas e Larissa com o ouro do 4x50m medley misto (Foto: Satiro Sodré/SSPRESS)
Etiene Medeiros e Larissa Martins se tornaram, com a conquista do revezamento misto, as primeiras mulheres brasileiras a conquistarem uma medalha em Campeonatos Mundiais de natação.
SAIBA MAIS
O Brasil começou a prova com uma mulher, Etiene Medeiros, que nadou os 50m costas em 25s83, uma marca muito boa para ela, mas inferior aos demais competidores, todos homens. Por isso, o Brasil passou em oitavo lugar na primeira parte da prova.
Porém, a estratégia do Brasil foi muito bem feita, colocando dois atletas homens no "miolo" da prova. Primeiro, Felipe França no nado peito, depois Nicholas Santos, no borboleta. Com isso, o país assumiu a ponta e coube a Larissa Martins fechar a prova. A brasileira conseguiu se manter à frente das demais adversárias e garantiu o terceiro ouro do dia para o Brasil.
Com a terceira medalha dourada do dia, o Brasil já iguala o recorde de ouros do país, que aconteceu nos Mundiais de 1995 e 2010. Agora, na história da competição, o Brasil possui 15 medalhas de ouro, além de 7 pratas e 12 bronzes.
O PRIMEIRO OURO: A GLÓRIA
Cesar Cielo já havia alertado a todos. O revezamento 4x50m medley masculino do Brasil era um "Dream Team". Dentro da água, o time provou a tese do campeão olímpico e saiu com a medalha de ouro. O quarteto tinha, além de Cielo, Guilherme Guido, Felipe França e Nicholas dos Santos.
O time caiu na água e quebrou o recorde mundial, e Felipe ganhou elogios de Cielo:
- Se for para apontar um fator determinante para nosso ouro, foi a parcial do Felipe no nado peito. Foi algo anormal, o cara é um monstro - disse Cielo após a prova.
Já Felipe França destacou a força do quarteto brasileiro:
- Foi uma glória nadar com eles. Todos sabiam que a gente era rápido. O time era muito bom. Não foi inesperado, foi espetacular.
O SEGUNDO OURO: PERFEIÇÃO
Felipe França sempre foi marco por se destacar nas provas de 50m peito, em que já tinha conquistado um ouro em Mundiais de piscina curta, e outro na longa. Porém, nesta quinta-feira, ele mostrou que também tem resistência e foi o campeão dos 100m peito, derrotando, entre outros, o atual campeão olímpico da prova, o sul-africano Cameron Van Der Burgh. O nadador atribui a vitória à perfeição:
- Tinha que mudar alguma coisa das eliminatórias e das semifinais, que não foram tão boas. Aí na final foi tudo perfeito, tudo se encaixou. A gente estudou metro a metro, segundo por segundo como seria a prova. E saiu tudo como o esperado - disse.
O TERCEIRO OURO: A SURPRESA
O terceiro e último ouro do dia de Felipe França veio de forma surpreendente. A equipe brasileira, formada por ele, Nicholas Santos, Etiene Medeiros e Larissa Martins, bateu todos os rivais e venceu o revezamento 4x50m misto. O título não era esperado nem pelo próprio Felipe França:
-Talvez uma prata, um bronze, mas esse ouro saiu de forma surpreendente. Foi surpresa para os técnicos, para nós. Ia ser muito difícil, e foi sensacional - disse.