Coordenador técnico afirma que mensagem era real, elogia a beleza das
palavras da torcedora, mas reconhece que tomou a decisão em um impulso
Um dia depois de a seleção brasileira sofrer a maior derrota da sua história, a goleada por 7 a 1 diante da Alemanha, Carlos Alberto Parreira leu durante uma entrevista coletiva a carta de uma torcedora, Dona Lúcia, que apoiava o técnico Luiz Felipe Scolari apesar do resultado na Copa do Mundo. Mas, cinco meses depois daquela entrevista, o antigo coordenador técnico da CBF confirmou que a mensagem era real, elogiou seu conteúdo, mas afirmou que, hoje, não teria lido.
- A carta não fui eu quem tornou pública. Ela foi comentada pelo Rodrigo (Paiva, ex-diretor de comunicação da CBF), pelo Felipão. Talvez, eu não leria. Foi em um impulso. Tinha uma pessoa que escreveu uma coisa tão bonita. A carta é real, é verdadeira. Eu decidi na hora, li, até para preservar um pouco a comissão técnica, o Felipão, que estava sendo muito batido. Claro, a Seleção perdeu de 7 a 1, não poderia ser diferente. Aquilo foi para tentar amenizar, mostrar o outro lado da moeda, alguém que criticava e alguém que apoiava. Foi no final da entrevista, a carta realmente era muito bonita. Acabei sendo levado pela emoção - afirmou Parreira, no "Bem, Amigos!" desta segunda-feira.
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Apesar do tamanho da derrota, o coordenador evitou criticar a escalação de Luiz Felipe Scolari para a partida. Parreira afirmou que, apesar de aconselhar, era o treinador quem deveria decidir.
- Quando você trabalha em comissão técnica, em conjunto com outras pessoas, você tem que saber a sua posição. Eu, quando assumi a Seleção para falar com coordenador, falei para o Felipão logo no primeiro encontro: "Vou trabalhar com o Felipão como o Zagallo trabalhou comigo". Porque só tem que ter um técnico. Foi exatamente isso que aconteceu. A gente conversava, dizia o que eu achava o que tinha que ser feito e ele decidia. Eu achava que o Oscar tinha que como segundo atacante. Minha posição agora não é importante. Várias opções poderiam ser feitas, poderia ser Willian, Ramires. O Felipão optou pelo Bernard.