Tricolor chegou ao George Capwell por volta das 19h locais (22h de Brasília), quando foi informado que não poderia trabalhar com bola no palco do jogo desta quarta
Uma atitude inesperada e que causou a fúria do técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, em Guayaquil, onde o time se prepara para o duelo desta quarta-feira, contra o Emelec, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana. Às 19h locais (22h de Brasília), a delegação do Tricolor chegou ao estádio George Capwell, onde foi informada de que não poderia treinar com bola e calçar chuteiras para fazer o reconhecimento do gramado. Pelo regulamento da Conmebol, o clube mandante tem a obrigação de permitir ao time visitante fazer o reconhecimento do gramado, mas também tem o direito de vetar a prática com chuteiras. Veja abaixo o que diz o artigo 23.2 do regulamento da Sul-Americana.
Muricy se irritou com proibição (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
A atitude provocou a ira de Muricy Ramalho, que começou a gritar com os dirigentes presentes. Estavam em campo o gerente de futebol, Gustavo Vieira de Oliveira, o diretor de futebol adjunto, Rubens Moreno, e o supervisor geral, José Carlos Alves. Imediatamente, o treinador olhou para todos os seus jogadores e avisou.
– Isso teria de ser apenas futebol. Futebol não é guerra. Vamos todos embora – disse o técnico.
– Vamos dar a vitória a eles e voltar para o Brasil – emendou.
Depois, em entrevista coletiva no hotel onde a equipe está hospedada, Muricy detonou o Emelec e a Conmebol.
Jogadores do São Paulo foram impedidos de treinar em Guayaquil (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
A chegada do ônibus do São Paulo ao estádio já havia sido bastante tumultuada. Com faixas provocando os são-paulinos, torcedores do Emelec se concentraram embaixo de um viaduto ao lado do George Capwell e tentaram se aproximar no momento em que o veículo passou. Policiais com motos precisaram intervir para que o grupo não encostasse.
Vale lembrar que, antes do jogo de ida, realizado no dia 30 de outubro e que terminou com a vitória tricolor por 4 a 2, com grande atuação do meia Michel Bastos, o São Paulo disponibilizou o estádio do Morumbi para o treinamento do Emelec na véspera da partida. Os equatorianos, no entanto, preferiram fazer seus trabalhos no estádio do Canindé e na Academia de Futebol do Palmeiras. Durante a partida, alguns lances violentos ocorreram, mas nenhuma confusão entre as equipes foi registrada.
Jogadores do São Paulo deixam o gramado do estádio equatoriano nesta terça-feira (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Às 22h30 de Brasília, 19h30 no horário de Guayaquil, a delegação tricolor retornou ao hotel. Com o problema, o São Paulo irá a campo sem treinar nesta semana. A delegação teve problemas com o voo que deixou Criciúma no domingo e sequer realizou uma atividade segunda-feira no CT da Barra Funda. Após a volta do estádio em Guayaquil, o elenco fez um trabalho na academia do hotel.
Jogadores do São Paulo tiveram de treinar no hotel em Guayaquil (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Histórico
Em 2012, o São Paulo protagonizou atitude semelhante diante de um adversário na mesma Copa Sul-Americana: o Tigre, da Argentina. Na ocasião, o Tricolor proibiu os hermanos de treinarem no Morumbi na véspera da decisão da competição, também com a justificativa de que era preciso preservar o gramado.
Regulamento
O regulamento da Copa Sul-Americana não obriga o time visitante a treinar com bola um dia antes da partida. Veja abaixo o que diz o artigo 23.2:
"O clube local será obrigado a permitir que a equipe visitante faça o reconhecimento do gramado um dia antes da partida, contanto que os jogadores usem calçados com sola de borracha. Se isso não for respeitado, o mandante é passível de uma punição disciplinar. Cabe ressaltar que o visitante poderá treinar apenas se for autorizado pelo clube local. "
Ônibus do São Paulo teve chegada tumultuada no estádio George Capwell Foto: Carlos Augusto Ferrari)