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Delegados produziram documentos com informações diferentes.

Trajeto de viatura, revelado por GPS, está sendo analisado em investigação.

Do G1 Rio
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 A Corregedoria da Polícia Civil vai analisar os trechos dos relatórios divergentes de dois delegados sobre o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza para descobrir o que motivou as contradições, como mostrou o RJTV. Nesta quinta-feira (15), a polícia informou ainda que vai investigar o trajeto da viatura da UPP da Rocinha, mostrado na quarta-feira (14), com exclusividade, pelo Jornal Nacional.
Os dados do GPS do carro que levou Amarildo até a UPP na Rocinha estão sendo analisados. A Polícia Civil chegou a informar que o aparelho estava inoperante. Mas o Jornal Nacional revelou o trajeto feito pela viatura.  A Secretaria de Segurança esclareceu, em nota, que embora o equipamento estivesse quebrado, havia outro dispositivo, no rádio do carro, que registrou os movimentos da viatura no dia 14 de julho.
Cronologia Amarildo valendo (Foto: Editoria de Arte/G1)
O soldado Sidnei Félix Cuba, que dirigia o carro, prestou depoimento na 15ª DP (Gávea) no início das investigações. Ele omite detalhes, sem entrar em contradição. Ele confirma que, junto com outros três policiais, levou um homem à sede da UPP da Rocinha e que deixou a favela para abastecer o carro no Batalhão de Choque (BPChq), mas não deu detalhes do trajeto.
Depois da reportagem do Jornal Nacional, a Divisão de Homicídios confirmou que já tinha as informações do GPS do carro da PM. O soldado prestou um novo depoimento onde foi questionado sobre os detalhes do trajeto.
Divergências em relatórios
Quando as investigações ainda estavam com na 15ª DP, os delegados Ruchester Marreiros, então adjunto, e Orlando Zaccone, o titular da unidade, produziram relatórios divergentes sobre o caso.
Para Ruchester, Amarildo e a mulher dele, Elisabete Gomes, davam apoio a criminosos. No relatório que produziu, a partir de uma escuta telefônica, Ruchester afirma que traficantes comentaram a morte de um homem conhecido como “Boi”.  Esse era o apelido de Amarildo.
Já no seu relatório, Orlando Zaccone afirmou que Ruchester produziu um documento à margem da investigação, beirando a ficção.
Nesta quinta-feira, deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) cobrou do Ministério Público e da Polícia Civil uma investigação sobre a divergência nos relatórios.
A Polícia Civil informou, também nesta quinta-feira, que os relatórios produzidos pelos dois delegados  serão  analisados pela Corregedoria Interna da instituição, que vai solicitar à Justiça o trecho das escutas telefônicas para avaliar as divergências.
A família de Amarildo de Souza vai entrar com uma ação indenizatória na Justiça contra o Estado.
Trajeto da viatura da PM
Às 19h22, o carro sai do posto da UPP com o ajudante de pedreiro e, em menos de três minutos, chega à sede da unidade. Cinco minutos depois, o carro deixa o local e retorna para o posto, onde fica por um minuto até voltar, novamente, à sede da UPP. A viatura permanece no local por mais cinco minutos e começa a descer o morro às 19h37.
No meio do caminho, o carro faz uma parada de quatro minutos numa área movimentada da Rocinha, conhecida como curva do “S”. Em seguida, deixa a favela, passa pela Zona Sul e vai em direção à Zona Portuária da cidade. O carro circula durante 47 minutos e, às 20h37, retorna para a Zona Sul. Na Lagoa, dá meia volta e segue para o Centro do Rio. Uma hora e doze minutos depois de ter deixado a Rocinha, o carro para pela primeira vez: no Batalhão de Choque (BPChq) por sete minutos.
Ao sair do batalhão, o carro volta para a Zona Sul pelo Túnel Rebouças, mas pega o retorno e vai para a Zona Norte. O veículo permanece por dois minutos nas proximidades do Hospital Central da Polícia Militar e do Morro de São Carlos, uma comunidade pacificada, no Centro. Depois, retorna para a Zona Sul. Destino: o 23º BPM (Leblon). A viatura fica parada por seis minutos e segue para a Rocinha.
Os registros do GPS - entregues a investigadores - terminam à meia noite do dia 15 de julho, pouco mais de 24 horas após o sumiço de Amarildo. Os dados revelam que, neste período, o carro não deixou mais a favela.

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